Eis que Deus é o meu ajudador, o Senhor é quem me sustenta a vida. (Salmos 54:4 NAA)
Existem coisas tão simples no texto bíblico e ao mesmo tempo tão profundas que podem simplesmente passar despercebidas durante nossa leitura bíblica. E aqui nesse verso temos algo desse tipo. Eu me refiro especificamente ao uso da expressão: “meu ajudador”.
Um ajudador é um auxiliar, alguém que caminha ao lado, mas que normalmente é visto por nós como alguém em função subalterna. Podemos pensar em alguns exemplos para entender bem isso: auxiliar de limpeza, auxiliar de pedreiro, auxiliar administrativo, etc. Todas essas funções em nosso mundo são de auxílio e, portanto, de baixa relevância. Mas são mesmo?
O detalhe é que no texto essa função é atribuída a Deus. Logo, temos aqui a grande lição desse texto, que é desmistificar essa relação de inferioridade com o ser auxiliar de alguém. Essa relação de inferioridade é coisa da nossa cabeça, do nosso tempo, isso não é real no texto bíblico.
Deus não tem dificuldade em ser chamado de auxiliar, auxiliador, por que eu teria? Por que me sentiria menor ou desprestigiado por assumir a função de ajudador?
Nosso mundo tem feito a releitura de muitas palavras e expressões. Temos sido incentivados a reler até mesmo os ensinamentos bíblicos com um olhar mais moderno. Mas tal leitura é perigosa e muitas vezes sem propósito.
Assim como Deus não tem qualquer dificuldade em nos auxiliar, um homem ou uma mulher não deveriam ter também dificuldade com esse título dentro do casamento. Ocupar função de auxiliar não é algo subalterno, mas divino. Quem auxilia o outro ocupa um lugar especial, um lugar ocupado só por Deus.
Se quer ser grande, seja aquele que ocupa a função de auxiliar. No Reino de Deus é assim que funciona. Não se esqueça disso!
Ele retribuirá o mal aos meus inimigos. Por tua fidelidade, acaba com eles. (Salmos 54:5 NAA)
É preciso ter muito cuidado! Por vezes podemos desenvolver atitudes e sentimentos que são contrários à Palavra de Deus e ainda assim dizermos que fomos ensinados por ela. Não tenho dúvidas de que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas saber usá-la como tal requer discernimento e devoção.
O salmista expressa seu desejo real e sincero de que seus inimigos recebam da parte do Senhor todo o castigo que lhes é devido. Seu desejo é simples: ele quer que eles sejam exterminados. Não precisamos ser especialistas para perceber que seu desejo é real e sincero. Mas tal desejo é algo normal ou natural? Posso justificar meus sentimentos semelhantes dizendo que há base bíblica pra isso. Mas é assim tão simples?
Olho pra Jesus e não vejo nada disso, absolutamente nada. Quando ultrajado, não respondeu com violência. Foi agredido e nenhum só dedo se levantou para retribuir o mal recebido. Na cruz, diante de todo o escárnio e zombaria ainda clamou por perdão dizendo que não sabíamos o que estávamos fazendo.
Então, posso clamar pela justiça de Deus? Claro que sim! Posso ficar irritado com os pecados que me cercam? Não tenho dúvidas disso. Mas é preciso ter cuidado com o que vem depois. Posso justificar sentimentos de raiva e ódio ao invés de tratá-los. A linha é tênue, tome cuidado.
O salmista é sincero, mas sua fala não pode ser analisada sem uma leitura de Jesus. Este, tendo motivo e poder para exterminar seus adversários, não o fez. Por que eu me acharia no direito de agir assim?
Temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim. Então eu disse: “Quem me dera ter asas como a pomba! Voaria e acharia descanso. (Salmos 55:5-6 NAA)
Já ouviu alguém dizer que se pudesse, sumiria do mapa para ninguém encontrá-lo mais? Parece que o salmista tinha o mesmo desejo.
Nosso mundo pós moderno está cheio de pressão por todos os lados. Vivemos numa sociedade muito estressante. Ao mesmo tempo que temos inúmeras fontes de entretenimento, parece que elas só existem para fingir que está tudo bem, quando não está. Parece que todo mundo está prestes a explodir. Todo mundo muito tenso.
Muita gente encontra motivos para sumir e sem dúvidas, são motivos justos. Não quero pensar aqui nas razões que levam as pessoas a fazerem isso. Quero pensar em outra perspectiva e assim perguntar a você: pra onde fugiria?
Parece que existe um lugar no mundo onde o tempo pára e nada te perturba. Lá não há pressão, estresse e nem muito menos correria. Que lugar é esse? Certamente está junto de Deus e Davi já o havia descrito: “Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso” (Salmo 23:2).
Não quero impedir que você deseje fugir. Mas quero orientá-lo a fazer isso corretamente. Se a pressão do mundo está grande, corra pra perto de Deus, se esconda Nele. É o único lugar em que você encontrará paz.
Porque não é um inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; mas é você, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. (Salmos 55:12-13 NAA)
Há muitos anos atrás eu ouvia pela primeira vez a expressão: “fogo amigo”. Confesso que ela não fez muito sentido pra mim num primeiro momento, até que alguém me explicou que era uma expressão usada na guerra para falar sobre soldados atingidos por seus próprios companheiros de farda.
A primeira coisa que penso é que o “fogo amigo” não é algo que se espera. Imagina a cena: você está na linha de combate, olhando para o terreno do exército inimigo e, de repente, recebe um tiro nas costas, vindo do seu próprio exército. Não há como prever isso.
Mas esse tiro pela costas precisa ser analisado. Foi intencional ou não? Pode ter sido um descuido no uso do armamento. Quantas pessoas já morreram por causa de uma atitude imprudente?
De qualquer forma, o simples fato de ter sido atingido por um colega de farda nos deixa desestabilizados. O salmista chega a dizer que se fosse um inimigo, ele suportaria, nos dando a entender que o “fogo amigo” não foi só um acidente, mas algo vindo pra matar.
Se estamos na caminhada com Cristo, a verdade é que precisamos nos preparar para uma luta espiritual. Muitos obstáculos serão colocados à frente e não há qualquer problema para o maligno em utilizar nossos amigos como “iscas” para isso.
Lembre que o problema não é a figura de seu amigo/amiga, não foque nisso. Sua luta não é contra eles. O maligno não tem regras e não joga limpo. Se ele entende que pra te afastar de Deus você precisa ser alvejado por “fogo amigo”, não tenha dúvidas de que ele vai usar isso.
A sua fala era mais macia que a manteiga, porém no coração havia guerra; as suas palavras eram mais suaves que o azeite, mas eram, de fato, espadas afiadas. (Salmos 55:21 NAA)
Todo mundo já foi enganado por alguém. Acho que desde que o mundo foi criado, todo mundo já passou por essa triste experiência.
Quando falo do início do mundo, não estou de brincadeira. Lá no jardim do Éden, o maligno enganou Adão e sua esposa com uma fala mansa de que “não era bem assim” o lance do fruto proibido. E no final, eles foram expulsos do paraíso e a humanidade conheceu o que é pecado.
Fala macia como manteiga e palavras mais suaves que o azeite – essa é a descrição feita pelo salmista e é sem dúvidas é uma excelente descrição das técnicas utilizadas para nos iludir. Mas será que temos como impedir isso? Essa é a grande questão.
Muitas vezes parece que o pecado e aquilo que é mau tem muita força, muito poder, que somos incapazes de resistir, quando na verdade, não é bem assim. É possível lutar contra o pecado, mas pra isso, vejo que o primeiro passo é o discernimento.
Discernir algo é ter a real percepção de que aquilo não vem de Deus. Isso é possível? Claro que é. Mas adquirir discernimento não é algo que cai pronto do céu, exige relacionamento com Deus. Se você quer crescer e não cair nas armadilhas do maligno, não tem atalhos ou um caminho mais rápido. É preciso tempo diante de Deus.
Em todo plano de leitura nós estabelecemos um ritmo de leitura, e para que o ritmo seja saudável, nós estabelecemos um dia de pausa e descanso nas leituras. Então, em todos os nossos planos de leitura diários, os sábados foram escolhidos como esse dia de pausa. Nesse dia esperamos que você revise aquilo que já foi lido e aprendido, que você tenha um tempo de silêncio e oração. Amanhã começa mais uma semana, então, respire fundo e prepare-se para mais uma semana! Que Deus te abençoe.
Lance os seus cuidados sobre o Senhor e ele o susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado. (Salmos 55:22 NAA)
Já pensou encontrar um nível de estabilidade tal que você não se abale com absolutamente nada? Particularmente isso pra mim é um sonho. No meu dia a dia eu lido com muitas questões difíceis e não tenho dúvidas de que algumas notícias me atingem. A palavra do salmista vem de encontro a uma necessidade.
Acredito que o salmista não faça uma promessa vazia. Sua palavra parte de sua própria experiência e da certeza do cuidado de Deus sobre sua vida. Ele sabe do que está falando.
Mas como alcançar tal estabilidade? Seria algo apenas para alguns? Creio que não, porque a fórmula está descrita no próprio salmo. Na verdade é uma fórmula simples demais, composta de uma só atitude: lançar sobre o Senhor todas as nossas preocupações.
A princípio a expressão parece simples demais, fácil demais. Mas lançar sobre o Senhor todas as nossas preocupações é algo muito exigente.
Lembro do jovem rico que ouviu de Jesus que uma coisa lhe faltava. Para aquele jovem, lançar as preocupações significava vender tudo o que tinha e dar aos pobres. Ele não conseguiu.
Não tem jeito. O texto não fala sobre lançar algumas preocupações, mas todas as preocupações. A pergunta que me faço é: qual é a parte que me falta? Se não conseguir deixar com o Senhor todas as minhas preocupações, nunca experimentei o que é jamais ser abalado.
Quando eu ficar com medo, hei de confiar em ti. (Salmos 56:3 NAA)
Lembro que quando era pequeno, olhava para meu pai e pensava: quando crescer quero ser como ele. Afinal, ele sabia a resposta para todas as perguntas, era capaz de consertar qualquer coisa e não tinha medo de nada. Cresci e descobri que as coisas não eram bem assim, mas ainda assim a minha admiração por ele não acabou.
Meus filhos achavam o mesmo sobre mim, até que um dia eu expliquei pra eles que também sentia medo e eles se espantaram. De alguma forma, na cabeça das crianças, existe essa possibilidade de que nós adultos não temos medo algum.
Por mais temente a Deus que você seja, os medos também batem à sua porta, querendo você ou não. E que bom por isso. Afinal, os medos são alertas necessários de que estamos em fragilidade.
A lição mais importante que aprendi com meu pai, não tem a ver com “não ter medo”, afinal, ele também sentia medo como eu. A maior lição era como lidar com os medos.
Essa mesma lição passei a ensinar meus filhos. Mostrei a eles que, como o salmista, todos nós temos medos, mas que podemos entregá-los ao Senhor e Ele nos socorrerá.
O medo vai bater na porta do seu coração, várias vezes na vida. Não se preocupe com isso! Entregue toda a sua preocupação a Deus e siga confiante. Ele te protegerá!
Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus; trarei as ofertas de ações de graças. (Salmos 56:12 NAA)
Somos muito guiados pelas circunstâncias da vida. O que acontece ao nosso lado nos afeta profundamente. Falo de forma genérica, mas de verdade, não conheço uma só pessoa que seja tão estável ao ponto de não se sentir abalada por nada.
A questão é que às vezes as circunstâncias afetam partes muito profundas do nosso coração e abalam estruturas outrora estáveis.
O salmista fala sobre seus votos. Essa palavra traduz os compromissos que ele havia assumido com Deus. Mas como cumprir tais votos quando as circunstâncias são tão adversas e diferentes de quando os votos foram assumidos? Essa é a grande questão.
No salmo fica claro que as lutas têm sido grandes, há perseguição, calúnia e tudo mais. Mas o coração do salmista está firme em cumprir os votos ao Senhor.
Parece que às vezes procuramos justificativas para falhar, para não cumprir o que foi combinado. Mas a verdade é que independente do outro ou das circunstâncias, nós podemos e devemos cumprir nosso compromisso com Deus e, de verdade, é esse compromisso que nos sustentará nas horas mais difíceis.
Nos dias mais sombrios, nas circunstâncias mais difíceis, que seu compromisso com Deus seja a âncora que não permite que seu barco fique à deriva.
Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. (Salmos 57:1 NAA)
Misericórdia é uma palavra comum no vocabulário de muita gente e embora isso pareça muito bom, o uso contínuo da palavra tem feito com que seu sentido e profundidade se percam.
O sentido mais básico da palavra é o de benevolência, em que o pedinte clama a Deus para que o trate com maior brandura, mesmo que o castigo previsto seja mais duro. Misericórdia tem a ver com isso: não receber o castigo que merecemos!
No verso, o salmista clama duas vezes a Deus por misericórdia. Isso nos mostra a aflição e desespero do pedinte. Ele está debaixo de grande tribulação e ele sabe que só o Senhor pode ajudá-lo.
Quem clama por misericórdia entende sua limitação e também conhece a bondade de Deus. O clamor por misericórdia é a evidência de que sabemos quem somos e que sozinhos não conseguimos caminhar.
O salmista clamou por misericórdia, mas seu grito não é solitário. Na Bíblia temos muitos gritos pedindo misericórdia e um especial vem à minha mente agora. Ele está registrado em Lucas 18:38, em que um homem cego, sentado a beira do caminho, descobre que Jesus está passando perto dele. Ele então de forma desesperada e contínua grita: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim”.
Jesus ouviu aquele grito. Jesus está ouvindo o seu grito. A misericórdia do Senhor não muda. Ele teve compaixão do cego e Ele tem compaixão de nós. Se está doendo, se precisa de ajuda, clame por misericórdia.
Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores. (Salmos 57:7 NAA)
É interessante como a mesma palavra pode ser usada em vários contextos. E ainda é mais curioso como seu significado vai mudando em cada um deles. Vamos ver a palavra “firme”, por exemplo.
Se eu digo: “firme os braços”, provavelmente estou falando de força. Mas se eu digo, “firme as pernas”, posso estar me referindo a um equilíbrio necessário. Mas e quando falo: “firme o coração”? A que eu estou me referindo?
Enquanto seres humanos, a instabilidade é algo que nos cerca de muitas formas e muitas maneiras. Podemos perder a estabilidade física por conta de uma enfermidade e até mesmo pela idade. Podemos perder a estabilidade emocional diante de um grave problema. E a estabilidade espiritual? Essa também pode ser afetada por conta de vários fatores.
O salmista estava vivendo num contexto difícil. Sendo literalmente atacado, algumas coisas começaram a desestabilizar em sua vida. Ele se sente fraco e instável, mas a sua confiança em Deus não foi afetada.
Ao dizer que seu coração está firme, o salmista declara que sua confiança em Deus está intacta, talvez mais fortalecida ainda. Os problemas o fizeram acreditar e confiar ainda mais em Deus.
E como está o nosso coração? Essa pergunta é importante. Podemos ficar fracos, cansados, sem equilíbrio. Mas a nossa confiança em Deus não pode acabar. Sem ela, não somos nada. Por isso, de tudo o que você tem que guardar, guarde o seu coração!
Será que vocês, juízes, tomam decisões justas? Julgam com retidão os filhos dos homens? Longe disso! Pelo contrário, no íntimo vocês planejam iniquidades e distribuem na terra a violência de suas mãos. (Salmos 58:1-2 NAA)
Em qualquer tempo ou época, os homens maus sempre existiram. Eles fazem parte da história da humanidade. Tais homens não estão apenas nos presídios. Por vezes, esses homens vestem togas e ocupam lugares de poder em nossa sociedade. Eles existem, não há como negar. Então a pergunta é: o que fazer diante deles e de suas maldades?
Na história da humanidade muitas vozes se levantaram contra esses tiranos. Tais vozes repreendiam, denunciavam. E por conta disso sofreram as consequências. Muitos homens e mulheres de Deus foram torturados e mortos por conta dessa atitude de luta e confronto.
Voz profética é o nome dessa forma de atuação. Acho a expressão poética. Ela nos lembra de grandes profetas que denunciaram os desvios cometidos pelos Reis. João Batista é um exemplo disso. Denunciou o adultério de Herodes e foi preso, e depois morto.
O salmista exerce sua voz profética. Ele fala do julgamento injusto cometido pelos juízes. Ele poderia ter ficado calado, mas não ficou. Homens íntegros não ficam em silêncio diante da injustiça.
E eu e você? Talvez nosso silêncio diga muita coisa. Talvez estejamos envolvidos demais para denunciar. A verdade é que a voz profética nos distingue. Se a perdemos, não temos mais nada que seja relevante. Exerça a sua voz profética.
Em todo plano de leitura nós estabelecemos um ritmo de leitura, e para que o ritmo seja saudável, nós estabelecemos um dia de pausa e descanso nas leituras. Então, em todos os nossos planos de leitura diários, os sábados foram escolhidos como esse dia de pausa. Nesse dia esperamos que você revise aquilo que já foi lido e aprendido, que você tenha um tempo de silêncio e oração. Amanhã começa mais uma semana, então, respire fundo e prepare-se para mais uma semana! Que Deus te abençoe.
Livra-me dos que praticam a iniquidade e salva-me dos homens sanguinários. Pois eis que armam ciladas à minha alma; contra mim se reúnem os fortes, sem que eu tenha cometido qualquer transgressão ou pecado, ó Senhor. (Salmos 59:2-3 NAA)
“Contra mim se reúnem os fortes, sem que eu tenha cometido qualquer transgressão ou pecado” – essa é a questão que saltou aos meus olhos.
Imagine uma discussão. Marido e mulher fazem acusações terríveis um ao outro. O casamento não está nada bem. Cada um sabe o que fez ou o que não fez. Existem justificativas para que toda essa guerra esteja acontecendo. A briga é consequência. Mas a pergunta é: e quando não existem justificativas plausíveis para nada disso?
O que quero mostrar é que nós racionalizamos tudo. Precisamos de argumentos, justificativas, respostas, quando na verdade, isso não é necessário. Como assim? Você pode se perguntar.
Lembro de Jó e sua vida digna e justa. Considerado o homem mais íntegro de toda a sua época. Jó não fez nada e sofreu tudo. Perdeu filhos, bens, saúde. Mas por que?
A luta que travamos, assim como a luta que Jó travou, não é uma luta humana, mas uma luta espiritual. Nem sempre as guerras ou conflitos precisam de argumento humano. Sua família, por exemplo, pode estar sob ataque maligno. Essa não é a única hipótese, mas não posso negar que essa opção é real.
Minha reflexão é apenas no que tange a estarmos alertas e a pedirmos a Deus o discernimento correto. Ao buscarmos a Deus, somos também alvo de ataque maligno.
Sem culpa minha, eles se apressam para me atacar; desperta, vem ao meu encontro e vê. (Salmos 59:4 NAA)
De quem é a culpa? Por vezes ela é lançada sobre o maligno. De verdade, isso é algo que pode acontecer. Mas sempre é culpa dele? Talvez seja culpa de outra pessoa, ou até mesmo sua, já parou para pensar nisso?
A questão aqui não é sobre encontrar culpados, mas entender, acima de qualquer coisa, qual é a minha responsabilidade em cada situação vivida.
O salmista afirma que ele não tem culpa alguma em toda a tribulação que está acontecendo e isso, de verdade, pode acontecer. Por vezes, não fizemos nada, e o nosso mundo está implodindo. Somos atacados de todos os lados.
De qualquer forma, o mais importante é nos questionar sobre qual é a nossa parte em tudo o que estamos vivendo. É preciso saber tanto o que fizemos, o que deixamos de fazer, o que podemos melhorar, etc.
De quem é a culpa? Pode ser sua ou de alguém. Pode até ser culpa do diabo, e saber discernir isso auxilia no tratamento de cada questão. Tome cuidado ao colocar a culpa sobre alguém sem ter esse discernimento.
A ti, força minha, cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha misericórdia. (Salmos 59:17 NAA)
O brasileiro, de forma geral, tem a cultura de “fugir” num final de semana. Não sei se isso é comum em todos os países do mundo, mas por aqui isso é bem comum.
Curtir a casa de praia, ou um passeio na fazenda, são formas comuns que o brasileiro tem de “fugir” de um mundo agitado e estressante. Mesmo que ele pegue horas de engarrafamento pra ir e pra voltar, esse é um movimento que vale a pena.
Esses lugares anti-estresse são verdadeiros refúgios, uma espécie de lugar protegido do estresse e da vida corrida. São postos de abastecimento da alma. E por vezes, eles passam a ser não apenas o lugar de um fim de semana, mas da vida toda.
Por algumas vezes o salmista se refere a Deus como seu alto refúgio. Alto porque Deus tem seu trono nos céus. Mas como Deus poderia ser um refúgio?
O salmista não tem uma casa de praia ou de campo. E mesmo que ele não tenha nenhum recurso para ir a outro lugar, Deus é sua fonte de renovação e benção.
Por vezes reclamamos de coisas que não temos, mas Deus é tudo o que precisamos. Podendo você ou não fugir num final de semana para algum lugar, os efeitos sempre serão passageiros. O colo de nós Pai eterno é o melhor lugar de refúgio, pois Nele, o renovo sempre é permanente.
Não nos rejeitaste, ó Deus? Tu não sais, ó Deus, com os nossos exércitos! (Salmos 60:10 NAA)
Jovens sonham, ano após ano, em ingressar em carreira militar. De fato, é algo muito interessante. Mas toda força militar com toda sua beleza, treina para a guerra, para o confronto, mesmo que este nunca venha a acontecer. Contudo, a ideia é estar pronto para o combate assim que acionado.
Durante a história da humanidade os homens foram desenvolvendo técnicas de combate, e dominando a arte da guerra. Guerrear passou a ser uma realidade. Hoje, em pleno século XXI, ouvimos sobre guerras e rumores de novas guerras o tempo todo.
Com o desenvolvimento de técnicas, armamento, estratégias, os homens foram confiando mais em seus exércitos e menos em uma ajuda divina. Afinal, uma coisa é entrar em uma guerra por ordem divina, outra coisa é eu procurar guerrear por conta de outros interesses.
O fato é que Deus passou a não entrar nas guerras de seu próprio povo, pois este amava mais seu exército do que o próprio Deus. O que quero lhe mostrar é que por trás da ideia de um exército, há a ideia de força, poder e isso nos encanta. Abandonamos Deus por conta disso e pagamos o preço.
Preste atenção: não faça ou participe de guerras e peça a ajuda de Deus para combatê-las. Pode ser que Ele não participe delas. Só lute as batalhas que Deus mandar. O mais importante é a presença dele. Sem essa presença a derrota é certa.
Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro humano. (Salmos 60:11 NAA)
Você é do tipo de gente que prefere trabalhar sozinho e tem um monte de justificativas pra isso? Pois bem, eu já fui assim.
Durante a minha vida escolar a maior dificuldade era fazer trabalho em grupo. Nem todos tinham a mesma garra, os mesmos objetivos. No mundo do trabalho via isso também. Nem todos sabiam o que era trabalhar em equipe e isso acabou me levando a ser mais “individualista”. Longe de mim dizer que minha atitude estava certa.
O problema é que nem tudo dá pra resolver sozinho. Vamos pensar numa coisa simples: coçar as costas. Isso mesmo! Parece engraçado? Nem sempre conseguimos! Precisamos do outro para nos socorrer. Quanto mais para coisas mais complexas.
Mas mesmo convencidos de que não dá para caminhar sozinhos, criamos em nossa mente uma barreira e acabamos agindo de forma solitária e individualista.
O salmista pede ajuda ao Senhor e como isso é difícil para alguém que aprendeu a fazer as coisas “sozinho” e “do seu jeito”. É preciso desenvolver humildade, submissão, e tantas outras coisas.
Pedir ajuda ao Senhor não é sinal de fraqueza, mas de dependência. Aponta para um coração que quer trilhar um novo caminho. Então, mesmo que eu e você tenhamos uma forte tendência individualista, é necessário lutar contra isso. Peça ajuda ao Senhor e abandone a tendência de fazer as coisas sozinho.
Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo pisará os nossos adversários. (Salmos 60:12 NAA)
Eu sou praticante de Jiu-jitsu há alguns anos e lembro da minha visão sobre essa arte marcial quando comecei a frequentar as aulas. Olhava a explicação do professor e tinha vários pensamentos do tipo: como eles conseguem fazer isso? Meu Deus! Minha coluna não permite isso! Nunca vou aprender, muito difícil! O tempo foi passando e hoje já não penso do mesmo jeito. Não apenas um, mas muitos milagres foram acontecendo e me sinto um aluno em evolução. Os pensamentos limitadores foram embora.
Praticar a auto sabotagem é algo muito comum pra muita gente. Eu já fui vítima desse negócio aí. A auto sabotagem nada mais é que essa perspectiva limitadora que diz constantemente dentro de nossa cabeça que: eu “não posso”, “não consigo”, “não aguento”. Na maioria das vezes nem tentamos, e esse é o problema.
A palavra do salmista é inspiradora, motivadora. Uma palavra digna de ser postada nas redes sociais num texto motivacional. Ele está enfrentando uma luta ferrenha, cercado de inimigos e diante de um quadro caótico ele tem essa certeza. Uma bela forma de vencer a auto sabotagem: confiar em Deus.
Ele não se auto sabota porque não olha pra si mesmo, mas para Deus. Ele sozinho perderia qualquer batalha, mas em Deus as coisas são diferentes. Ele pode fazer proezas, coisas jamais imaginadas ou pensadas.
Está enfrentando lutas? E quem não está? Em Deus podemos fazer proezas, então, nada de ficar choramingando por aí. Olhe pra Deus e lute! Com Deus você consegue!
Em todo plano de leitura nós estabelecemos um ritmo de leitura, e para que o ritmo seja saudável, nós estabelecemos um dia de pausa e descanso nas leituras. Então, em todos os nossos planos de leitura diários, os sábados foram escolhidos como esse dia de pausa. Nesse dia esperamos que você revise aquilo que já foi lido e aprendido, que você tenha um tempo de silêncio e oração. Amanhã começa mais uma semana, então, respire fundo e prepare-se para mais uma semana! Que Deus te abençoe.
Que eu possa habitar no teu tabernáculo para sempre e abrigar-me no esconderijo das tuas asas. (Salmos 61:4 NAA)
Enquanto seres humanos, nós temos muitas necessidades diferentes. Desde o nosso nascimento, nossa vida é cercada delas. Alimento, descanso, lazer, educação e saúde, são alguns exemplos. Segurança é outra necessidade, e gostaria de falar sobre ela especificamente.
Desde os tempos mais remotos os seres humanos desenvolveram muralhas, armas, e toda sorte de engenharia com o fim de se proteger, quer do inimigo ou de qualquer outro predador.
Sentir-se seguro é necessidade básica. Construímos nossas casas pensando nisso. Mudamos de residência pensando nisso. Mas a segurança não está ligada apenas a perigos de morte. Ela abrange outras áreas como segurança financeira, emocional, etc.
Quando um aspecto destrói nossa sensação de segurança, nosso mundo desaba. E isso é um sintoma de que colocamos nossa segurança no lugar errado.
Talvez nossa segurança esteja no salário alto, na aplicação com boa liquidez, no fundo de reserva, na casa dentro de um condomínio fechado, na arma de fogo ou em outra coisa qualquer. Mas nada disso realmente garante segurança.
O salmista aponta um lugar realmente seguro: debaixo das asas de Deus. Uma linguagem figurada, mas fácil de compreender. Nenhum outro lugar, pessoa ou objeto pode nos dar essa segurança. Não gaste tempo tentando encontrar.
Dias sobre dias acrescentas ao rei; os seus anos duram gerações após gerações. Que ele permaneça para sempre diante de Deus; concede-lhe que a bondade e a fidelidade o preservem. (Salmos 61:6-7 NAA)
Todos os povos têm sobre si governantes. Seja uma monarquia, democracia ou qualquer outro regime, a figura de um líder sempre existiu e existirá.
Os líderes podem governar pensando em seus próprios interesses, ou podem pensar no bem comum, no interesse de todos. E nós sabemos bem sobre isso. Independente da época vivida, sofremos ou somos abençoados por conta da postura tomada por nossos líderes.
Há um detalhe curioso e muito importante na fala do salmista que não pode passar despercebido. Em sua oração, o salmista pede para que o rei permaneça sempre diante de Deus.
Essa é a grande diferença na vida de qualquer líder e na vida de qualquer pessoa. Se somos guiados por Deus, a nossa cabeça é uma. Se somos guiados por nós mesmos ou por qualquer outra motivação, nossa cabeça é outra.
Não gosto de política, mas entendo que a oração do salmista por seu rei é uma postura de muita sabedoria. Precisamos orar por nossos líderes, não pela política ou por partidos. Se o Senhor não os conduzir, certamente sofreremos.
Somente em Deus a minha alma espera silenciosa; dele vem a minha salvação. (Salmos 62:1 NAA)
“Somente em Deus” – essa expressão me fez pensar. Soa de forma poética, como algo que eu devo viver, mas ao mesmo tempo traz uma denúncia seria demais pra ser negada, falo do fato de que talvez ela não seja uma realidade em muitas áreas ou épocas de minha vida.
O termo “somente” exclui qualquer outra ação ou esperança que não esteja baseada em Deus. Mas, e a esperança na ligação daquele amigo para uma vaga de emprego? E a esperança depositada na palavra médica com aquele especialista renomado que vai avaliar meu caso? E tantas outras esperanças que surgem em meu coração não por conta de Deus, mas por causa de alguém ou alguma coisa?
Avaliando meu próprio coração ou as muitas expressões que escuto das pessoas, fica fácil perceber que Deus não é a única esperança em várias situações e momentos. Talvez ele seja a última esperança, mas não a única.
Quando colocamos Deus por último, significa que primeiro tentamos com o que podemos. Se não há solução, levamos pra Ele, afinal, Ele sabe resolver casos impossíveis. Mas quando Deus é a única solução, cada passo tomado é entendido como resposta dele.
Por exemplo: se estou gravemente doente, posso procurar um tratamento e confiar que ele vai me curar. Se isso acontecer, não precisei de Deus. Mas se não acontecer, posso pedir ajuda a Deus. Deus aqui seria a última opção. Mas se Deus for a única opção, eu posso procurar tratamento médico, mas estando certo de que sem o Senhor nada funcionará. Confiarei Nele em todas as etapas.
Somente em Deus significa que Deus precisa ser o único, e não o último em meu coração.
Somente em Deus, ó minha alma, espere silenciosa, porque dele vem a minha esperança. (Salmos 62:5 NAA)
Já passei por muitas crises renais, tantas que nem sei quantas foram. Só de cirurgias para retirada de cálculos renais foram 10. Mas nesse momento lembro de uma crise específica.
Estava voltando de carro pra casa e ao ajustar o vidro do carona, que era manual, senti uma pontada aguda no rim direito. Sabia que era mais uma crise, e por isso, mudei o rumo me dirigindo ao hospital que ficava no Méier. Chegando lá, com semblante tranquilo e sereno, disse à atendente que eu estava com crise renal e que precisava ser avaliado por um urologista. A moça do balcão riu e disse: “duvido que alguém entre com crise renal no hospital com essa cara tranquila”. A partir dali a história se desenvolveu até que o cálculo fosse diagnosticado.
De verdade, eu entendo a fala da atendente. Já entrei desesperado muitas e muitas vezes no hospital. Já gritei, chorei, esperniei, mas depois de dezenas de crises você se torna resistente. Não falo de resistência à dor, mas ao processo. Você sabe o que vai acontecer nos próximos episódios e busca se acalmar.
O salmista falou sobre uma espera silenciosa. É como entrar no hospital com crise renal sem fazer alarde, sem gritar, sem bater em ninguém. Você sabe o quanto está doendo, mas ninguém ao seu lado por lhe ajudar, só Deus.
O mundo tem ensinado a gente a gritar, a falar sobre nossas dores e isso tem seu valor. Mas quem já passou por muitas e muitas dores sabe bem como é o processo, e por isso, aprendeu a esperar em silêncio. Se você sabe que Deus está cuidando de tudo e confia Nele, apenas espere, tranquilamente. Tudo isso vai passar!
Confie nele em todo tempo, ó povo; derrame diante dele o seu coração. Deus é o nosso refúgio. (Salmos 62:8 NAA)
A dúvida é cruel. Ela gera ansiedade, angústia, medo, e tantas outras reações e sentimentos. Se você já ficou em dúvida, sabe do que estou falando.
Existem dúvidas corriqueiras como: o que fazer hoje? O que comer? Mas existem dúvidas mais complexas do tipo: será que meu casamento não teria acabado de eu tivesse feito isso? Meu filho ainda estaria comigo se eu o tivesse corrigido? E se eu tivesse dado aquele remédio, será que ainda estaria vivo?
A dúvida não é divina, ela corrói, adoece, mata. Deus, pelo contrário, não nos ensina a duvidar, mas a confiar, a olhar pra Ele, porque isso cura. A confiança tira todo medo e angústia do coração.
Mas e quando há uma luta enorme no coração entre a dúvida e a confiança? O salmista ensina o que fazer: “derrame o coração diante dele”. Derramar o coração é sinal de confissão, de fraqueza, mas também é sinal de tratamento da dúvida, do medo, da angústia.
Caminhar com Deus é exigente em muitos sentidos, mas talvez nessa caminhada não haja luta tão grande quanto a luta travada contra a dúvida.
Se em algum momento a dúvida aparecer, abra seu coração diante de Deus e confie Nele. Só não deixe a dúvida criar raízes. Arrancá-la do coração enquanto ainda é um broto é mil vezes mais fácil do que quando ela se torna uma árvore cheia de raízes.
Pura vaidade são os homens plebeus; os de fina estirpe não passam de falsidade; pesados em balança, eles juntos são mais leves do que a vaidade. (Salmos 62:9 NAA)
O salmista não fala de um grupo específico de pessoas. No texto, a expressão traduzida por plebeus aponta para toda a humanidade. Nós seres humanos, não passamos de um sopro. Nossa vida passa rápido demais. Contudo, essa ideia de ser pesado na balança me lembrou da expressão “sustança”, usada pelo Rev. Jeremias Pereira, pastor de Igreja Presbiteriana em Belo Horizonte, Minas Gerais, com muita frequência.
O “Jerê”, como é chamado em muitos lugares, usa essa expressão em muitas ocasiões diferentes. Quando uma palavra foi profunda, ela foi “sustança”. Quando uma pessoa é firme e verdadeira, ela também é “sustança”. “Sustança” traduz a ideia de peso, de relevância, de firmeza, de profundidade.
Numa sociedade de gente leve e rasa, os discípulos de Jesus precisam ser mais “sustança”. Nossa vida precisa ter mais peso, nossa palavra precisa ter mais seriedade, precisamos ser diferentes.
Nossa humanidade não muda, somos passageiros como todo mundo. Mas mesmo sendo passageiros, precisamos ser relevantes em todas as áreas que ocupamos.
Num mundo de gente rasa e superficial, é imprescindível assumirmos que nossa posição precisa ser diferente. Por isso, cuidado com o que vê, ouve e fala. A superficialidade anda reinando por aí. Não seja irrelevante como uma pena em uma balança. Que a sua presença faça diferença onde estiver.
Em todo plano de leitura nós estabelecemos um ritmo de leitura, e para que o ritmo seja saudável, nós estabelecemos um dia de pausa e descanso nas leituras. Então, em todos os nossos planos de leitura diários, os sábados foram escolhidos como esse dia de pausa. Nesse dia esperamos que você revise aquilo que já foi lido e aprendido, que você tenha um tempo de silêncio e oração. Amanhã começa mais uma semana, então, respire fundo e prepare-se para mais uma semana! Que Deus te abençoe.
Se as riquezas de vocês aumentam, não ponham nelas o coração. Salmos 62:10b NAA)
Lidar com o dinheiro não é tarefa fácil. Ele é sedutor demais. Infelizmente precisamos lidar com ele enquanto estivermos nesse mundo e encontrar uma boa medida é tarefa urgente.
Se temos pouco dinheiro corremos atrás dele da forma que dá. Ele se tornou necessário em nosso mundo. Tudo é quantificado e qualificado por meio dele.
Mas e se temos muito? Bem, eu nunca estive nessa posição. Mas consegue imaginar ir a um shopping, por exemplo, e ser capaz de comprar qualquer coisa? Consegue imaginar quão sedutor isso é?
Como o dinheiro é o centro desse mundo, tê-lo em nossas mãos abre portas. A mensagem é clara: podemos morar onde quisermos, fazer o que quisermos, podemos pagar pelos tratamentos que quisermos. Quem tem muito dinheiro se sente empoderado.
Mas esse empoderamento é um engano e nós sabemos disso. O dinheiro não pode comprar tudo. Mas por mais que essa verdade esteja estampada por aí, o dinheiro continua seduzindo muitos corações.
Por isso o alerta do salmista é extremamente válido. Cuide do seu coração. Não deixe que a riqueza, seja ela do tamanho que for, seduza o seu coração.
Ó Deus, tu és o meu Deus; eu te busco ansiosamente. A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta e sem água. (Salmos 63:1 NAA)
Imagino que toda atividade possa ser feita de maneiras diferentes. Mas não falo apenas da forma, mas da motivação por trás de cada atividade.
Por exemplo: posso limpar a casa motivado pela obrigação e pelo peso da responsabilidade, mas também posso limpá-la motivado pela alegria e satisfação de ter uma casa. Obrigação e alegria são duas motivações diferentes e produzirão resultados diferentes.
Vamos pensar agora na motivação em buscar a Deus. Posso buscar a Deus motivado por minhas necessidades. Preciso de algo ou até mesmo de uma resposta, e por isso busco a Deus desesperadamente, até que Ele me responda.
Mas posso buscar a Deus por outras motivações, como o desejo de estar perto Dele, de querer ouvir-lo, de querer agradá-lo. Parece ser essa a motivação do salmista. Sua fala sobre Deus é poética. Ele não é conduzido a Deus pelo desespero ou necessidade, mas pelo simples prazer de estar perto do Senhor.
Nossas motivações contam muito. Fazer algo bom com a motivação errada traz resultados péssimos para a nossa vida.
Busque a Deus! – esse é o melhor conselho que posso lhe dar. Contudo, avalie seu coração e corrija as motivações. Buscar a Deus com a motivação errada trará frustração e tristeza.
Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam. (Salmos 63:3 NAA)
Nós todos gostamos de coisas diferentes. Eu prefiro abacate, enquanto outros preferem morango. Eu gosto de café com leite, enquanto outros preferem só o cafezinho. O que é melhor? Em se tratando de opinião, cada um tem a sua e essa avaliação é desnecessária. Mas mesmo que a gente ache que nossas preferências são únicas, elas são na verdade, moldáveis.
Outro dia, por exemplo, vi um bebê fazendo levantamento de peso (eram pesos de isopor). Seus pais eram halterofilistas, treinam isso há anos. Certamente esse bebê está sendo influenciado desde pequeno aos gostos dos pais. Há uma grande probabilidade que ele prefira halterofilismo à corrida, por exemplo.
Isso vale para esporte, bebidas, comidas, etc. Somos seres em aprendizado, e por isso, em constante mutação. E é exatamente sobre isso que o salmista fala.
“A tua graça é melhor do que a vida” – o salmista está falando de algo que ele tem provado e que tem feito muito bem ao seu coração. Ele experimentou a vida e já experimentou a graça e percebeu que a vida sem a graça é muito sem graça.
Ele não está falando apenas de uma preferência, mas de algo que ele tem provado constantemente. Ele consegue perceber os benefícios e a mudança em sua própria vida.
A graça é o amor de Deus derramado sobre nós e quem já provou desse amor sabe que não existe coisa melhor em todos os sentidos. Não é apenas questão de opinião, mas de experiência. Prove e comprove você mesmo!
Assim, eu te bendirei enquanto viver; em teu nome, levanto as mãos. (Salmos 63:4 NAA)
Votos, juramentos, promessas, qual a diferença entre essas palavras? Por vezes percebo que somos muito “técnicos”. Estamos mais preocupados com os detalhes de cada palavra do que com a motivação correta. A verdade é que todas essas palavras apontam para um compromisso e essa é a questão mais importante.
Compromisso, ou a falta dele, é um problema crônico em nossa sociedade. As pessoas têm medo de se comprometer com alguma coisa. Parece que isso tira a tão sonhada liberdade que conquistaram.
O mundo tem muita dificuldade com questões que exigem compromisso, mas não deveria ser assim. Olho para as expressões usadas pelo salmista e me deleito com tanta simplicidade e leveza utilizada por ele.
O salmista assume que vai bendizer o Senhor enquanto ele viver. Isso é compromisso! Não tem escritura, nem termo firmado em cartório. Também não há a presença de um juiz e nem ele precisa assinar algum papel.
Nós precisamos de menos burocracia e mais compromisso. Essa é a verdade! Precisamos assumir compromissos com nossa própria vida, com nossa família, com Deus. É a partir do compromisso que assumimos que todo o resto acontece.